quinta-feira, 19 de abril de 2012

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BRASIL CENÁRIO DE ENERGIA ALTERNATIVA

Energia renovável concilia corte de emissões com desenvolvimento

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas começou e com ela as discussões de como alcançar um novo acordo sobre a redução de emissões de gases do efeito estufa. A desaceleração do desenvolvimento mundial e a consequente redução do uso de combustíveis fósseis seria uma forma de diminuir as emissões, mas essa alternativa não está em discussão. "Todos querem continuar crescendo. A saída acaba sendo a ampliação do leque energético dentro das fontes renováveis", diz o astrofísico Luiz Gylvan Meira Filho, negociador do Protocolo de Kyoto e ex-vice-presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Também no rol das energias inovadoras estão a geração a partir de água salobra, que utiliza o movimento de osmose das células para produzir energia, a partir da força das marés e a geotérmica, que consiste no aproveitamento do calor gerado pelo núcleo da Terra. Todas essas alternativas podem um dia ser aplicadas em grande escala. "Só que é preciso vontade governamental", afirma Marina Grossi, economista do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável. Incentivadora do fomento de novas energias, Marina diz que regras claras e estímulos financeiros são essenciais para desenvolver o potencial brasileiro de energias alternativas e assim combater as mudanças climáticas. "Criar um ambiente favorável com incentivo governamental é a forma de darmos visibilidade às boas iniciativas para que elas se repliquem e assim crescem para escalas maiores". Brasil no cenário da energia alternativa Graças à riqueza natural do país, o potencial brasileiro para variar a matriz energética é enorme. Nesse leque de opções, duas área se destacam: a geração de energia a partir do bagaço da cana e dos ventos. Esta é a análise de Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe/ UFRJ e ex-presidente da Eletrobrás. "Hoje a maioria do bagaço é desperdiçado. Isso é riqueza jogada no lixo, riqueza que poderia se transformar em uma importante fonte energética", diz. Estudo do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP confirma a tese de Pinguelli. Segundo o IEE, o aproveitamento não só do bagaço, mas também da palha e da ponta da cana, poderia aumentar em até 30% o rendimento de uma usina de cana-de-açúcar. "Os números são a prova da grande capacidade de expansão que temos nessa área", afirma o diretor.